Eis a desestruturação da vida de um homem de família, de vida pacata, religioso e honesto, atingido por uma situação de estranhamento – ele é acusado por um crime que não cometeu. A reflexão da violência policial, como fenômeno sociológico e jurídico, enquanto manifestação de poder ilegítimo que atinge determinados setores da população, no caso do filme, um músico proletário, serve de base junto aos fatos verídicos que impressionaram Hitchcock, para que este desdobrasse algumas de suas maiores obsessões, como a culpa e a inocência, o duplo físico e psicológico, a consciência cristã e a transferência moral de identidades que se cruzam pelas incertezas do destino.